quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Nosso ritual

Arrumo a casa
Não esqueço das flores no vaso
Fico ansioso por você chegar.

II

Tomo banho demorado
Uso perfume amadeirado
Pra ficar no teu corpo
Assim que te abraçar.

III

Acendo as velas
Ponho o jantar
Joss Stone toca ao fundo
Só pro clima melhorar.

IV

Te beijo na boca
Acaricio tua pele
Te deixando louca,
Excitada,
Com vontade de se entregar.

V

As carícias seguem.
Fazemos amor até nos cansar.
Exaustos adormecemos
Logo que os primeiros raios de sol rasgam o céu
Sem nos consultar.

Navegante

Navegando por entre as ondas
Fui a cada instante me afastando de ti.
O mar estava revolto
E sem pensar em nada
Simplismente parti.

Naveguei sem destino
Enfrentei tormentas e tempestades.
Mas tinha em mãos uma velha bússola
Que insistentemente apontava para o porto em que estavas.

Naveguei pelos oceanos da vida
Aliviei meu sofrimento
Com as nativas das ilhas em que ancorei
Mas foi somente ao retornar pra junto de ti
Que deixei de me sentir um náufrago.

aildo picanço 30/12/2010

Essência

És tempestade
Tornado
Lava incandescente.
Esqueceu-se do teu manto
Derramas na noite teu libido
Traduzindo em amor o que ao sol é proibido.

Respiras pecado
Luxúria
Malícia
Despudor

És sagaz na arte de amar
Não se envergonha por ser libertina
E faz ajoelhar a teus pés
Os que desejam experimentar o teu gosto acre-doce.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Hoje te digo adeus (Homenagem a uma grande mulher)

Ela se foi
Deixou entre nós um rastro de pranto
E agora estamos todos à procura de um ombro
Para atenuarmos nossa dor.

A partida foi dolorosa
Angustia e tristeza
Misturaram-se com calor humano.
Abraço e voz travada
Aliviaram o velar sepulcral.

“The end”
Foi o final da história daquela que compartilhou
Suas lutas, desventuras e glorias
Mostrando que apesar de tudo
O ser humano não precisa de muito para ser feliz.

As lagrimas
Desmancharam os rostos de todos
Que participaram do rito final.
Os cantos, as orações
Deram o ritmo do ultimo e dolorosa adeus.

Mas a vida segue
E a cada dia lembramos
Que sobre nós
Há o criador
E ele sempre sabe o que é melhor pra todos.

sábado, 6 de novembro de 2010

Pedidos

Posso despir-me desta armadura?
Deixar de lado este personagem
E ser realmente eu?
Posso encostar meu corpo no teu?
Pra ir em busca do alivio e da cura.
De tudo que tua doce e bela companhia é capaz de me proporcionar

Posso ficar do teu lado por alguns segundos?
Ouvindo as musicas mais entusiasmastes
Assistindo os filmes mais românticos
Em quanto o mundo se destrói lá fora.
Só te peço um pouco do teu carinho
uma noite de sono em teu sofá
ou um espaço do teu cantinho
pra descansar esse corpo sofrido.

Permita-me invadir tua intimidade
Realizar tuas fantasias
Te levar ao gozo, a felicidade
Enfim, tudo que possa nos provocar saudade
Assim que o encanto acabar.

Conceda o que desejo
Hoje preciso de companhia
De carinho e de beijo
Entenda que os homens
Por mais durões que sejam
Também tem seus dias de angústias e solidão.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Coração arteiro

Um coração arteiro
Não cansa de se encantar,
Jamais deixa de se entusiasmar
Pelas moças lindas
Que pelos calçadões da cidade
Sem põem a desfilar.

Um coração arteiro
Pulsa no peito daqueles que tem a alma inquieta
Uma vontade incessante de ter novas experimentações.
Ele faz correr o sangue nas veias das pessoas que não temem novas conquistas
E tão pouco curar as feridas após se decepcionar.

Mas o coração por mais arteiro que seja
Também pode se deixar aprisionar
Basta que lhes ofereçam o amor puro, verdadeiro...
Pois não há quem resista ao arroubo
Provocado por tão nobre sentimento.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Eu, um ser humano

Outro dia entendi que não sou perfeito
Vi que não há como ter o controle total das ações.
Notei que o mundo funciona normalmente
Nos dias em que resolvo ficar em casa

Outro dia notei
Que se chorasse
O mundo não desabaria sobre mim.
Se admitisse meus erros
Estaria dando um passo para a grandeza espiritual.

Outro dia enxerguei que e amor liberta.
E que o céu fica mais azul
Quando curamos as nossas feridas interiores.

Outro dia senti que as chibatadas da vida
Podem servir não como um freio para novas atitudes
E sim como amostra de que é necessário ter prudência.

Outro dia me vi desprotegido
Frágil
Mortal...
Mas olhei pra dentro de mim
E vi o quanto há por ser mudado.

Entorpecendo os sentidos

Deixe o ritmo te dominar
Feche seus olhos
E sinta as ondas sonoras
Invadirem teu corpo.
Entregue-se.

Aceite perder as forças
Livre-se de tudo
Solte as amarras.
Seja apenas você mesmo.
Admita a leveza
Aproveite a beleza contida nos gestos simplórios.
Então feche seus olhos
Entorpeça teu espírito
Com as batidas sonoras.
Viage sem precisar se locomover.

Aproveite cada estimulo
Ensandeça.
Livre-se da camisa de força
E desperte todos os sentidos.
Tudo está ai
Diante de ti
Dance
sapateie
Lance-se ao chão.
Hoje os acordes
São o teu passaporte pra transgressão.
Uma afronta a rotina.
Um grito contra o formalismo.

Hoje os agudos, graves
E todo mais
Serão as chaves para outra dimensão.
Então feche os olhos e sinta a sonoridade invadir tua alma.

Deixe o ritmo te dominar
Feche seus olhos
Sinta as ondas sonoras
Invadirem teu corpo.
Entregue-se
Seja feliz

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Nem tudo deprime

Percebo melancolia nos olhares alheios.
Os rostos tristes
Caminham desolados
Por todos os cantos
Sem bussola para orientá-los.

Percebo frieza em tua cama.
Os lençóis
Macios e perfumados
Já não te dão o calor que necessitas para seguir vivendo.

Percebo simplicidade
Na chuva que cai la fora
E a recebo como sendo um pressagio
Ou talvez um arauto dos novos tempos.

A tristeza paira no ar
Mas as cartas da cigana
Demonstraram que tudo conspira a favor
Da prosperidade eterna.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Desejos contidos

Ainda temos de reprimir nossos desejos
Pois sempre há os vigilantes
Ávidos por sancionar a vontade alheia.

Ainda temos de reprimir nossos desejos
já que nem tudo pode ser expresso assim
Diante dos olhos daqueles que se esgueiram por entre frestas das paredes
A procura do menor desvio do outro.
Mas mesmo que determinadas vontades não possam ser saciadas.
Também não podem ser suprimidas
Assim de súbito ou jogadas para apodrecerem nos porões
De nossos sentimentos.

Ainda temos de reprimir nossos desejos
Mesmo que sejamos capazes de discernir
O normal do patológico.
O prazer da escravidão.
A vontade facilmente controlada.

Ainda temos de castrar nossos desejos
Já que tal sociedade teima em se forjar aos moldes provincianos
E com isso insiste em remover para sua margem tudo aquilo que lhe é indesejado.

Ainda temos de reprimir nossos desejos
Sufocar determinadas vontades
No entanto ainda nós nos resta
Buscarmos refúgios distantes dos olhos alheios.
Ambientes nos quais a liberdade de pensamento, expressão e sentimento
Podem ser exercidas na sua plenitude.
Locais hermeticamente
Vedados a toda forma de recriminação.

Ainda temos de reprimir nossos desejos
Mas mesmo assim
Temos nossos meios pra buscarmos a felicidade.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A tua verdadeira essência

Flutuaste sobre as nuvens
Na busca por estar mais próximo de Deus.
Sentastes a beira do penhasco
Para contemplar o por do sol.
Mas tua alma continuou travada
E a áurea persistiu em continuar cinza.

Caminhastes pelos campos,
Fostes ao deserto.
Dormistes ao relento.
Intuindo que assim se aproximaria do simplismo da vida.

Freqüentastes tabernas, choupanas, cabanas...
Porém, seguiste os caminhos indicados pelos outros
E não o que realmente planejaras para si mesmo.
Provastes de tudo que lhe fora ofertado
Já que não pretendia desagradar teus anfitriões

Vivestes
Experimentastes
Buscastes
Contudo
Só te sentiste verdadeiramente realizado
Quando resolvestes banir de dentro de ti
As futilidades
As paranóias
E os estereótipos
Comuns aos se contentam com
As futilidades desse mundo consumista.
E só depois disto vistes que
Não precisavas caminhar tanto,
Já que tudo estava ali
Guardadinho no teu coração.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ensinamentos

Meu mestre me mostrou o caminho da retidão
Disse-me que ao segui-lo
Encontraria dificuldades
Mas como recompensa
Chegaria bem próximo do que realmente sou.

Meu mestre me ensinou um mantra
Para que eu pudesse cantá-lo
Nos momentos em que o cansaço
Tentar impedir o meu caminhar.

Meu mestre me falou que devo admirar e respeitar
A beleza das flores, a grandeza das árvores
E a fluidez das águas do rio
Pois assim estarei ocupando no meu coração
O lugar que poderia ser habitado pela arrogância e prepotência.

Meu mestre me mostrou que
Ao ser homem,
Devo carregar comigo
A coragem, a audácia.
Mas não posso abrir mão da sutileza
No trato com o outro
E o respeito a tudo que existe no universo.

Mas meu mestre
Não me disse que a dor do amor
É insuportável.
Que a saudade é um sentimento bom.
E que tudo é maravilhoso quando voltamos
Pros braços da mulher amada.
Tais lições não me foram repassadas
Já que isto só a vida ensinará.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Sinais corporais

Teu corpo emite sinais
Decodificáveis
Aos que te observam
Atentamente.

A expressão fechada
Some ante o teu modo de ser.
O caos se organiza
O stress se minimiza
Afetados por tua áurea positiva.

Teu corpo emite sinais
Que o meu capta feito um radar.
E de imediato lança tais informações a minha mente
Que de tão contente
Desacelera lentamente evitando uma pane.

Teus gestos, trejeitos e modos
Enfim uma postura delicada.
Associada ao apego sagaz pelo que gosta
Acabam te expondo
Mesmo sem intenção.

Teu corpo emite sinais dos quais
Ainda há os que não consegui decodificá-los com exatidão,
Porém, dos que já compreendo,
Qualifico como sendo transmissores de generosidade

sábado, 4 de setembro de 2010

Desejo lascivo

Acendes incensos,
Vestes teu personagem.
Pintas o rosto
Tomando vinho pra relaxar.

Te esconde entre os lençóis
A espera da entrega total.
Contudo no instante em que ficas envolvida ao corpo dele
Simplesmente deixas fluir...
E assim agarra-o com força
Vocifera ao vento o que é sujo.
Gritas ensandecida,
Urra,
Exercitas o que não está presente nos manuais.

No lapso temporal
Período no qual sentes todo vigor de teu homem
Achas ser a hora ideal para a prática das poses prediletas.
É nesse instante que encenas o teu ritual
De exorcismo dos tabus e mitos.

Ao se entregar totalmente
Gosta de observar tudo através do espelho.
Pois adora ver as caras e bocas
Ao esplodir de tesão quando o gozo chega.

Praticas tuas poses
Revela-se a teu homem
Pois teu nome é sedução.

Frenesi

Danças ao anoitecer
Ocupas meu sonho
Me provocando delírios.

Dilatas minhas pupilas
Eriça meus pelos
Repudias meu zelo
Pois me queres submisso.

Domas meu comportamento
Reprimes meu ego
Usando das armas de “dominadora fetichista”

Danças ao anoitecer
Transforma meu quarto
Em teu palácio.
Num ambiente ideal
Pra tuas práticas pouco convencionais.

Danças pra mim ao anoitecer
Quando estou no meu sono profundo
Pega pelas mãos meu espírito
E o levas pra teu ritual vagabundo.

Rasga minha carne
Sem dó e nem piedade.
Cravando tuas unhas em meu corpo
Num simples manifesto de prazer,
Sem se ressentir pela dor que me provocas.

Não queres o status de estrela
Tão pouco o estereotipo de deusa
Preferindo ser um delírio
Uma imagem virtual
Que ganha vida nos compartimentos
Mais íntimos de minha mente.

Danças a noite pra mim
Levando-me ao estado de transe,
Pois assim busca me aliviar das dores mundanas.

Fugaz

Tudo passa
Tudo desvanece.
Nada é eterno,
A solidez
Some ante os ácidos corrosivos
Da dialética rotineira.

Tudo passa
Tudo se esvai.
Somem as tradições
Os costumes,
Os valores.

Tudo passa
Tudo se esvai.
Contudo temos os arquivos
Para os nossos momentos de “revive” etílicos.

sábado, 14 de agosto de 2010

Beijo

Percebo o beijo
Como sendo o primeiro passo para nos conectarmos ao outro.
Um ato que pode nos levar do céu ao inferno
Da simples troca de caricia ou a excitação incontrolável.

Eu gosto do beijo
De preferência sendo o ardente.
amo a entrega que ele pode nos proporcionar.
Da ansiedade explicitada na mão suada ou no frio na barriga
Pois sempre esperamos demonstra a quem beijamos que o fazemos bem,
E que sempre há tempo pra uma repetição

Também gosto do primeiro beijo
E até do desespero que paira sobre nossas cabeças
Quando o ato é de uma simples despedida.

Gosto muito do beijo dado na hora do amor
Já que tal gesto
É o star inicial.
O decreto para que sigamos adiante nas carícias,
Nas loucuras
E na consistência das ações.

Gosto do beijo em si
Pois dependendo do contexto ou situação
Ele pode expressar
Amizade, respeito, carinho, afeto, ternura
Ou o amor, o tesão
Enfim o que realmente nutrimos
Em nossos corações.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Nós mesmos

Os ecos das vozes
Não são ouvidos do outro lado
Da via.

Carros, postes
Transeuntes,
Figuras...
Cidade

Palavras obscenas
Sujas,Urros,
Gemidos talvez.

Os ecos das vozes
Não são ouvidos do outro lado da via.
As câmeras não filmaram
Nem os vigias observaram.

Cidade quente
Com seus quartos refrigerados.
Cômodos que comportam a essência de seus ocupantes.
Os desejos picantes,
Imorais, excitantes...

Os ecos das vozes
Não são ouvidos do outro lado
Da via.
E assim se mantém o anonimato.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

02/07/2010_ Um Dia Laranja

Caímos diante da Holanda
E só após chegarmos ao chão
Entendemos que a empáfia,
A falta de humildade
E o orgulho desmedido
Não serviram de nada.

Caímos diante da Holanda.
E quando olhamos para o campo
Só vimos à apatia, a insegurança
E o nervosismo pairar sobre aqueles
Que nos representavam.

Caímos diante da Holanda
Sem esboçarmos altivez
Coragem e arrojo.
E sim, certa insegurança.
Associada a um individualismo displicente.

Caímos diante da Holanda
Num certo dois de julho.
Um dia insignificante para outras nações.
Mas para nos brasileiros,
Será lembrado como sendo aquele no qual silenciamos
E nos entristecemos.
O dia em que sucumbimos
Diante do capricho e da incensates
De um pseudo-técnico de futebol.
O qual, nem a Branca de Neve
ele ousou ouvir.

sábado, 19 de junho de 2010

Falsa repetição

As coisas se repetem.
Parecem revelar a monotonia,
A displicência ou talvez
O descanso do inusitado.

As coisas se repetem.
Sem assumirem as características de um déjà vu.
Apenas se repetem.

O mundo muda
A dialética é contínua,
O tempo fora deste universo corre de modo desigual.
Porém, sabemos que as coisas se repetem,
Mas não por capricho
E sim, pela falsa percepção
Daqueles que ao serem cegos as mudanças.
Insistem em achar que tudo ainda está
Como a dois minutos atrás.

Ausência

A fogueira Que ardia vorazmente Provocava calor, que de tão intenso, Lembravam as fornalhas Usadas para transformar em liquido Os mais resis...