quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ausência

A fogueira
Que ardia vorazmente
Provocava calor, que de tão intenso,
Lembravam as fornalhas
Usadas para transformar em liquido
Os mais resistentes metais.

Fiquei inerte
Não me importava com o vai e vem
Dos carros.
Da pressa das pessoas
Ou com o mau cheiro do mendigo
Que sorria pra solidão
Da calçada sofrida.

Contemplei o tempo.
Rememorei o perfume do amor.
Um misto de feromônio
Com o adocicado das flores
Que desabrocham
Na primavera.

A fogueira ardia
E mesmo com tanto calor no ar,
meu coração insistia em sentir frio.
Já que o inverno da ausência
Chegara mais cedo.
Os cobertores tecidos
Artesanalmente com as nossas boas lembranças,
Mostraram se ineficazes, ante o frio
Da tua ausência!

A fogueira ardia
E dentro de mim
Aumentava a dor
Da perda.
Já que os anjos
Levaram-na pra longe de mim.
Pra terra onde os deuses
Deliciam-se com as canções
Entoadas por suas ninfas.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Deslumbre

Vi beleza
Onde achavas inexistir.
Busquei teu carinho, no lugar
Onde nascia
Os cactos espinhosos
Do deserto de teus sentimentos.
Deslumbrei-me com teu sorriso,
Com tua amizade sincera.
Tão rara nestes dias
De ignorância e
Egoísmos.

Achei tua beleza
Aos pés de uma mangueira
Frondosa. Cujos frutos doces
Atraem infinitos Periquitos Verdes
Tão altivos e festeiros
Quanto um dia de celebração
Num terreiro de Marabaixo.

Encantei-me com tua beleza,
Atrevi-me em ousar
Pensar em roubar-te.
Fugir pra algum lugar longínquo.
Leva-la comigo
E aproveitar alguma praia quente
Do nordeste
Ou percorrer as estradas frias do
Alasca.
_Mas somente pensei.

Vi tua beleza.
Sem titubear
Vociferei junto a teu ouvido
Que a menina
Agora era mulher.
Não uma entre tantas
E sim aquela
Que a sua maneira
Busca ser sensual
E não vulgar.

Vi tua beleza
E tentei captura-la
Com minha retina...

domingo, 18 de dezembro de 2011

Da dor ao prazer (Amor Sadomasoquista)

Sinta a dor
Alimente-se dela
Deixe-a dominar-te até
O limite do insuportável.

Sinta a dor
E se entregue a mim
Como se eu fosse o seu senhor.
Perca a noção das horas,
Dos dogmas e de pertencimento.

Sinta a dor
Flagele-se diante do espelho
Enquanto observo atentamente os teus gestos.
Brinque com o que
Os ditos decentes
Temem admitir.

Sinta o que advém da dor.
Entre em êxtase
Com esse prazer intenso,
Que a séculos é dito como sujo, torpe...
Saboreie-o como um bom vinho.
Deixe se corromper
Afinal, és simplesmente
O que queres ser.

Sinta a dor
E divida as nuances deste sentimento.
Exercite sua cumplicidade.
Estenda as mãos
A mim,
Mostre sua devoção.

Sinta as dores do amor
Não convencional,
Da paixão execrada pelos folhetins.
Do amor vivido
Nos porões existenciais.

Sinta a dor.
E que a marca do seu suplicio
Seja o teu troféu.
Se entregue,
Já que és assim
E nem imaginavas.

Sinta a dor...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Separação

Separo de ti
E das palavras vazias.
Do emudecer repentino
E do sofrer.

Separo de ti,
Deixando as flores no vaso
E alguns versos escritos
Num tempo em que acreditávamos
Na eternidade do nosso amor.

Separo de ti,
Levando comigo
Um coração entristecido,
Atormentado pela profunda sensação de incompletude.
Carrego também o sentimento de derrota
Pois, paira sobre mim a crença de que a jornada terminou
Antes do alvorecer,
Do que até ontem,
Era chamado de amor indestrutível.

Separo de ti.
Levando na bagagem
Algumas mudas de roupas.
Muitas das quais
Foram lançadas ao chão
Nos momentos em que
Pretendíamos escrever
Alguns capítulos de nossa história
Com o prazer
E Cumplicidade.

Separo de ti
Deixando contigo
Uma parte de mim.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Adormecer

Adormeça nobre dama.
Deixe que sob os lençóis de sua cama,
seu corpo se ponha a descansar.
Adormeça jovem dama
pra sua beleza revigorar.
Descanse e fique sobre a proteção dos anjos.

Adormeça nobre dama.
Deixe que sob os lençóis de sua cama,
seu corpo se ponha a descansar.
Adormeça jovem dama
pra sua beleza revigorar.
Descanse e fique sobre a proteção dos anjos
Pois teu descanso eles hão de velar.
Adormeça até o instante em que os pássaros
Começarem a entoar
a canção de prenuncio
do teu acordar.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Há um tempo atrás

Num passado não tão distante
Achávamos graça
Do palhaço maltrapilho.
Nos assustávamos com os mascarados
Que surgiam como loucos
Desvairados no meio dos blocos de carnaval.

Há um tempo atrás
Caminhávamos pelas ruas
Deslumbrados com a arquitetura
Que mudava
Sem obrigação
As características da urbe.

Não faz muito tempo
Que as sirenes do carro da policia
Denunciavam que era chegada a hora de dormirmos.
Neste passado
Não tão distante
Nutríamos o amor inocente pela colega de classe
Que tal como nós
Carregava a inocência comum
Daqueles que ainda
Não se infectaram
Com as cruezas da vida.

Não faz muito tempo...

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Bela Dona

Deixas teu rastro no ar
Para que o sopro da brisa
Se ponha a leva-lo
Pelos quatro cantos
Do mundo, pois assim, os sentidos dos pobres
Desvalidos ou
Os dos reles moribundos,
Sintam o que
Nenhuma prisão
Pode encarcerar.

Por onde andas
Bela dona?
Onde estas
A calcar teus pés macios?
Que terras tem o prazer
Tão nobre
De sentir o toque
Leve e suave
De teus calcanhares?

Que elementos compõem o cotidiano de
Tão exuberante fêmea?
Ou o que a leva a caminhar
Pelas planícies,
Nas noites quentes
De verão?
_Isso pouco importa, pois
Deixas teu rastro doce no ar
E sem uso de nanquim
Grifas em cada homem
Que cruza teu caminho
A marca
Da bela dona
Que nos dias
De primavera se diverte
Fitando o desabrochar
Das flores.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Beleza anônima

Passou, feito onda do mar.
Como brisa numa noite de luar.
Uma estranha na multidão.


Não tinha em punho
Flores ou apetrechos
Somente uma bolsa pequena
E um comum celular.

Assim como surgiu, se foi.
Tão rápida e imponente
Feito estrela cadente

Passou tão anônima
Quanto as figuras urbanas
Que surgem logo que
Os primeiros raios de sol
O céu se põem a riscar.

Ela simplesmente passou por aqui...

Medo

Não enxergamos
Lirismo
Nos atos confusos
Daqueles que orbitam ao nosso redor.
Não entendemos a dor,
O ressentimento
De quem ocupa a calçada fria.
Não beijamos a boca,
Tão pouco sussurramos belas palavras
Nos ouvidos de quem amamos.
Mas passamos boa parte de nossa vida
Freando nossas vontades
Com medo do que os outros
Vão pensar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Muros

Os muros restringem o caminhar
Freiam as vontades
Limitam os propósitos.

Os muros erguidos com suor
Dos explorados
Dos pobres desvalidos
Acabam sendo uma exaltação
Ao poder impuro.

Os muros
Possuem a força torpe
De castrar o corpo,
Mas torna-se frágil
Ante aos sonhos
Dos que diante de tal construção
Não deixam que aprisionem suas almas.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Igual ao carbono

A matéria se desfaz com o tempo.
Dos muitos sonhos que temos
Alguns se realizam enquanto outros, porém
Continuam sendo sonhos.

As correntezas do rio da vida
Levam consigo
Os acontecimentos boas e ruins.
Nos dias em que a tempestade
De problemas enchem
Nosso reservatório
A barreira de contenção
Dos sentimentos se rompe.
E o choro flui
Lentamente.

A dor que chega
Nos joga de encontro ao muro da solidão.
Rebaixando o espírito ao nível em que
Ser humano passa a configurar-se em um fardo.
E o choro flui,
Não importando quem somos e o que representamos.

Mas assim como as águas turvas do rio
Que no transcorrer de seu curso se tornam límpidas
Nossa alma também se transforma.
E entoando nossos mantras
Sempre recomeçamos nosso ciclo de vida.
Observando as folhas que caem na calçada
E rindo com a criança que brinca de fazer careta
Para o transeunte.

domingo, 14 de agosto de 2011

Sedução

Inocência é o teu nome
Descontrole o sobrenome
E a Insanidade
Costuma ser tua marca.

Riscas as carnes com o carmim
Dos teus lábios.
E Tatuas na alma dos desavisados
A Ilusão de eternidade.

Abres a porta de tua tenda
E ofereces o mel que guardas nas entranhas
Para aquele que ao partir levou consigo
A dor causada pela saudade.

Olha nos olhos
Afaga a pele e sorri.
Ama o jogo da sedução
Beija na boca com furor
Se realiza ao descobrir
Que o coração do outro
Agora pertence a ti.

Teu lado B



Sou a “Sonda exploradora”
Que vaga pelo teu corpo
Guardando na memória
Cada milímetro descoberto.
Sou o mergulhador que
Salta pra dentro de ti
Sem medo de enfrentar
As águas bravias do que afirmas
Ser o teu jeito de amar.
Sou o gladiador
Que entrou na arena de tua vida
Sem temer as besta e as armadilhas
Impostas pelo destino.
Sou o teu torpor, tua droga, teu vício.
Sou o teu brinquedo
E até mesmo o Gênio da lâmpada.
Sou o poeta
Que transforma em palavras simples
A complexidade do teu modo de gostar.
Mas acima de tudo
Sou o homem que ousou mostrar
A ti o que nunca admitistes diante do espelho
E que na claridade do dia
Te esforças pra sufocar.






quinta-feira, 28 de julho de 2011

Dependência

Loucura
“Fissura”
Excitação.

Desejo
Lampejos
Inquietação.

Beijos
Boca
Relação.

Meu corpo
Teu corpo
Tesão

Um entre milhões

Geladeira vazia
Pão duro
Bolso furado.

Camisa barata
Cinto apertado
Carteira sem tostão.

Mente aberta
Da vida incerta
Não guarda rancor ou compaixão.

Olhos brilhantes
Espírito visionário
Seu nome é resignação.

Metamorfose

Um sorriso
Um gemido
Um trejeito comedido.
Uma luz que ascende
Uma gota de lagrima
Precedida de exceção.

Caixa trancada
Lousa apagada
Lona rasgada
Um circo sem criança
Um coração sem paixão.

Um sorriso trocado
Um abraço apertado
Dois corpos colados
Lençóis manchados
Com o que os poetas descreveriam como vestígios de amor.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Criatura ou criador

A todo instante atuas.
Te confundes com o personagem que criastes.
Não sabendo mais onde começa
Ou termina a trama nebulosa
Da tua existência.

Pintas teu rosto
Sorri para as paredes melancólicas
Do teu quarto
E mentes pra si mesma
Fingindo ser feliz.

Diante do espelho as lagrimas caem
E os olhos vermelhos
São as evidencias
De tua queda.
As águas que se encontram ao fundo do precipício
Em que destes teu salto mortal
São incapazes de lavar o lodo
Que o sentimento putrefato
Cultivou durante tua passagem.

Ainda resistes.
Diante do espelho
Finge ser a mais valorosa criatura.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Somos...

Somos prisioneiros
Das fobias
Das aflições
Das convenções.

Somos reféns
Da solidão
Da tristeza
Da frieza na relação.

Somos inconstantes
Adaptáveis as variações.
E sempre otimistas
Construímos nosso futuro
Com os tijolos da paixão.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Em Vão

Fecho as portas pra tentar te conter.
Cubro as janelas com as cortinas
Que comprastes na véspera da tua mudança.
Desligo as luzes do céu
E deixo somente as estrelas
Acesas.

Checo todos os cadeados,
Observo as trancas,
Trincos,
Tramelas.
Na tentativa de conter o teu partir.

Mas sempre esqueço
Que és feita pela brisa da manhã
E trazes consigo o perfume das flores.
Você sempre se vai
E não há nada por se fazer.
Já que és livre feito os pássaros,
Leve como o pólen das plantas.
E infinitamente má,
Já que sempre deixas
Teu perfume inebriante
Nos lençóis que emolduram teu corpo
Nas noites em que obscureces a beleza da Lua.

sábado, 16 de julho de 2011

Algo além do impossível

Quero teu corpo
Tua alma
Teu gosto.
Teu cheiro
Teu afagar
Teu jeito de fêmea
Nascida nos trópicos.
Cuja beleza exótica
Se cristaliza na retina
De quem um dia pôde te admirar.

Quero ir além
Das horas do dia
Dos versos que compõem a poesia.

Posso ir além do impossível.
Atravessaria os vales inóspitos
Mares revoltos
Ou a vastidão do deserto
Pra realizar
Os mesmos sonhos
Que um dia fazeram os viajantes
Retornarem ao porto
Onde as velas issadas
lhes afastaram de suas amadas.

Quero a chuva fina
Ou a tempestade de verão.
_Quero tudo!Até o impossível.
Já que no fim de minha jornada
Desejo ser parte dos seus sonhos
E também o dono de seu coração.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Dançarina

Serpenteia pelos salões
Vagando por entre as mesas.
A cada balançar dos quadris
Hipnotiza os que assistem o teu coreografar.

Baila sobre a penumbra das luzes
Habitas a intimidade escura
Das mentes dos que no dia
Se Auto-proclamam pudicos.

Exibe-se sem prestar atenção nas reações alheias.
Pois o palco é teu reino,
Um micro-cosmos
Que dominas sem maiores esforços.

Danças ao som de batidas frenéticas
E expõem tua nudez
Não levando em questão
O que as carolas diriam
Ao ver o desfecho do que
Na pureza do teu íntimo
Só consegues ver enquanto profissão.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pra falar de amor

Não fales de amor
Se nunca sentiste um frio subto nas entranhas
um acelerar incontrolavel das batidas do coração
Quando estas ante aquela que lhe faz sonhar.

Não fales de amor
Se nunca ousou agir de modo inconseqüente
Exatamente no momento em que todos anseiam por seriedade.

Não fales de amor se nunca
Se sentiu instigado a sonhar acordado
Quando uma simples fragrância
Invade displicentemente o ar.

Não fales de amor
Se não vê beleza
Nas coisas que o resto do mundo
Diz ser simplista.

Não fales de amor
Se ainda não sentistes
O desejo de estar, sorrir
E sonhar ao lado daquela que
Faz um dia cinzento e chuvoso
Ser o mais belo e inesquecível de todos.

domingo, 12 de junho de 2011

Te falarei

Não quero falar das tristezas,
Pois sei que se comoves com facilidade.
Tão pouco te lembrarei que existem momentos ruins,
pois estes devem ser esquecidos.

Não te falarei das flores,
Tão pouco da chuva que ontém molhou teu corpo.
Nem de que o futuro
Pode estar repleto de alternativas.
Também deixarei de lado as trivialidades,
Já que elas fazem parte dos momentos simplistas.

Mas me prenderei em dizer que te amo.
Que o teu perfume impregna meu corpo.
Também te direi que tua voz,
Mesmo enfurecida, me trás alegria.

Te falarei que ao exacerbar meu comportamento,
Alimentas minha alma,
Fazendo-a mais altiva
E ávida por se deparar com o desconhecido.

Direi a ti que o filme de amor,
Me fez recordar da nossa intimidade,
Que a musica me trouxe a lembrança do beijo demorado.

Sempre te direi que é mágica a tua presença.
Que as discussões acaloradas antecedem a alegria
E que nada me afastará de ti.

Constantemente ouviras,
Que te ter a meu lado é importante
E me torna diferente,
Pois sei que és especial.

Nunca deixarei de falar que me traz inspiração
E que no cair da noite.
No momento em que o sol se põe
É a hora exata em que lembro que
O criador te fez
E a entregou
Pra mim.

Olhos nos olhos

Te encaro nos olhos
Mas não vejo tua verdadeira face.
Os fito durante horas.
Vagueando pela extensão do teu rosto
Mas ainda sim, te escondes de mim.
Ando a teu lado
dialogo em verso e prosa,
Não somente sobre as desventuras que a vida apronta,
mas também das graças que a nós, cotidianamente, são apresentadas.

Te encaro nos olhos
Contudo, eles explicitam o quanto és séria
Desconfiada,
E nada mais.

Te encaro nos olhos
Pensando que estes sejam verdadeiramente
O espelho da tua alma.
O ponto de transfiguração do teu eu.

Te encaro nos olhos
E só encontro o que mostras para o mundo
Pois, tua essência só vem a tona
Na solidão segura de teu quarto.

Te encaro nos olhos
Não mais em busca do
Indecifrável ou do translúcido,
Pois já entendi a tua mensagem para o mundo.
E agora os encaro
Mas só porque são belos...

Singularidade

Que boca é essa?
Que exotismo é esse?
Que personalidade é essa?
Que beleza é essa?

Perguntas
Dominam a mente
Repostas
Não são convincentes

Que boca é essa?
Que só de vê-la
Da vontade de beijar

Que exotismo é esse?
Que demonstra
As características
Da mistura de etnias
As quais
com suas especificidades
Uniram-se no teu corpo
E moldaram o que é único
Singular

Que personalidade é essa?
Que demonstra independência
Força
Disposição ao enfrentar desafios
E que ao mesmo tempo se contrapõe
Com a graça, a sutileza e a lisonja
Que só as mulheres
Altivas possuem

Que beleza é essa?
Que encanta
Deixando de boca aberta
Quem lhe ver passar

Ai me pergunto
Que mulher é essa?
Será que algum homem
Ousaria deixar?

Amar

Amar é
Nos vermos enquanto egoístas,
Pois a todo instante cobramos exclusividade.
Amar causa dependência,
Já que o nosso mundo gira em torno da amada.


Amar é querer estar do lado,
É apoiar sem pedir nada em troca
É se entregar desvairadamente
Não dando trela as convenções.

_Mas que porra de sentimento!
Muda nossas ações,
Pensamentos
Vestes
Não escapa nem o tom da voz.

Amar é querer
Pensar
Ousar
Sonhar
E lutar.

Amar é nos tornarmos
Sonhadores
Bobos
Atrapalhados.

Amar é
Não saber mais o que é certo ou errado,
É desejo
Suor
Carinho
E milhões de beijos trocados...

Amar é sonhar acordado
É estar com o pensamento na lua
Quando o resto do mundo
Se preocupa com o horário de chegada no trabalho.

Razões

Carregamos nossas emoções
Buscamos nossas razoes
Calcamos a existência em algumas pseudos verdades
as quais, são tão solidas
quanto a cobertura de chantili.

Nutrimos nossos sentimento
Damos murros,
Pixamos muros
E as vezes choramos nossos lamentos.

Mas as razões te movem
Elevam tua vida
Ou te lançam sem piedade a sarjeta.
Motivam a brutalidade
A aspereza
Assim como podem
Tornar-te o arauto da amabilidade.

As razões nos movem
Nos tornam únicos.
Nesse universo hora Plural.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Eu

Amo a companhia das pessoas
Que entendem a singeleza do criador.
E não se sentem confortáveis
Diante das injustiças.

Adoro o sopro do vento forte
Que surge do Amazonas
E refresca os lugares por onde passa.
Admiro a singeleza do olhar amazônida,
E a amabilidade do ethos caboclo.

Sou um homem que dança ao som das caixas
Que um dia entoaram
As canções que aliviavam as dores
Da alma dos meus ancestrais.

Gosto de ser o que sou.
Um ser inquieto,
Hora Incompreendido.
Que busca viver o seu tempo
Sem esquecer-se de deixar seu legado
Aos que chegarem depois.

Florescendo na aridez

Sem bandeira,
Riqueza ou educação.
Rústico homem
Que traça seu rumo
Somente com o vigor de seus músculos.

Flor que nasce por entre os arbustos
Espinhosos da caatinga.
Flor que brota
No mais inóspito dos lugares.
Flor poderosa.
Somente ela foi capaz de rouba a atenção do mais bronco dos homens.
Trouxe de volta o que a muito tempo estava escondido.
Acordou o menino alegre e arteiro
que a anos adormecera.

Flor rara,
A mesma que encantou o outrora menino,
hoje se personifica na imagem de uma mulher.
E o coração deste embrutecido homem
Convenciona-se a chamá-la de amada.

Faz frio

Baixa temperatura
Que afasta ao invés de aproximar
Nos freia quando poderia
Libertar.

O termômetro quebrado
Amor congelado
Que segrega os corpos
Aos espaços delimitados
De um colchão
Que outrora fora manchado
Com os fluidos expelidos
No clímax do ato de amar.

Ar gelado
Paire sossegado.
Não se dissipe,
Tão pouco mude de estado.
Já que a solidão só ocupa o coração
Daqueles que vêem a vida
Através das janelas do quarto dos derrotados.

Ainda temos 16

Ainda temos 16,
Gostamos de anime,
Dos tennis coloridos
E de toda vida refletida
Numa tela em 3D.

Nossas mãos transpiram
Sem para.
Nossos corações aceleram
Tal qual os consoles do “Play”.

Somos homens de 16 anos,
Arquétipos do nosso tempo.
Nos emocionamos com os acordes “Emos”.
Dispensamos parte dos nossos dias
Nos dividindo entre o espelho
E a tela 15” do PC.

Ainda temos 16
E este é o século X XI.
Que de tão veloz
Não nos permite que gastemos tempo com “revaivols”.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sexta-feira 13

Sexta-feira 13
Da crendice popular,
Do medo,
Do azar.

Sexta-feira 13
Das bruchas,
Das figas,
Das mandingas,
Do susto,
Do terror.

Sexta-feira ,
Que não deixa de ser 13
Mas para muitos,
É dia de sorte
Não somente no jogo
Mas também no amor.

Aspereza

Cadê a candura no olhar,
A maciez do afagar
E a mansidão do falar?
Por onde anda
O abraço apertado,
O caminhar de braços dados,
No fim de tarde,
No outrora quebra-mar?

Novos tempos...
Mudam o devir da humanidade.
E trocam a relevância dos pensamentos
Onde mais importante que os afagos,
São os trocados
Entregue ao flanelinha
Em mais uma tarde quente
Da minha amazônica Macapá.

domingo, 17 de abril de 2011

Senhorita

Divago no infinito
Na vastidão dos pensamentos
Na monotonia das horas
Numa ansiedade devastadora.

Dispo lentamente cada parte de ti
Revelo pra minha retina
O que teu espelho
Exauriu-se de ver.

Cristal ou fina ceda,
Bela especiaria.
Balsamo que impregna minha pele tosca
Com tua doce fragrância.

Ofereça-me o suave néctar
Que guardas
Por entre tuas entranhas.

Me abençoe com a dádiva de levar pra eternidade
Não mas as lembranças
Dos atos de ousadia ou
Das conquistas obtidas
Com a força de meus braços
E sim, a graça de ter sentido o aroma de tua pele
E me aquecido com o calor irradiado por teu corpo
Nos momentos em que as estrelas antecediam o sol.

Cotidiano

I

As manchas de chicletes
Pintam de marrom o cinza frio
Da calçada dominada por mendigos.

O malabares faz seu show
Enquanto as crianças dividem
Sua infância pedinte
Com o aposentado vendedor de jujubas.
Nas vias que nos levam do nada
A lugar nenhum.

De “Nike ”nos pés há quem
Insista em se julgar rebelde.
_Tolos
_Acham que a cabeleira moicana
E a blusa de grife
Com a face do Chê, os
Credenciam enquanto revolucionários.

Corpos corroídos
Pelos vícios
Transitam livremente.
Desnudos do pudor
Dogmático.
Passam em frete a prateleira
Cuja a flor de plástico
É tão bela e verdadeira
Quanto o amor da moça que beija
O galã da novela das 20:00.

II

Após o Sétimo Dia da semana,
Com um cigarro entre os dedos
E o cérebro embebido
Pela euforia alcoólica
Cantamos “locky man”
Num inglês corriqueiramente brasileiro.
Numa busca displicente
Por uma satisfação efêmera.

Fraquezas humanas

Os demônios brincam na escuridão
Dançam nas trevas
Conversam entre si
E acham graça das fraquezas humanas.

Seres sinistros,
Entidades aterrorizantes
Que assombram nossas vidas
Nas noites de solidão.

Aproveitadores...
E disfarçados de amigos,
Trazem sempre em mãos
“poções mágicas”
De efeitos suavizantes.

Os demônios dançam na escuridão
Divagam sobre o vazio existencial.
Se deleitam de nossas dores.
Por vezes fragilizados,
Nos deixamos levar,
Sem atentarmos
De que a ajuda aceitada
Será cobrada no dia seguinte
No instante em que passar
O torpor...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Quero sossego

Quero sossego.
Desejo deitar meu corpo
numa esteira de vime
a sombra de uma palmeira
a beira de um rio qualquer.

Desejo paz...
Tranqüilidade
e todo equilíbrio mental
pra seguir vivendo
neste mundo onde
a cada momento
nos deparamos
com a hipocrisia.

Preciso ser eu...
Desnudo,
de todas as cruezas
e contaminações
disseminadas
por aqueles que
não se envergonham
em desrespeitar
o próximo.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Amargura

Não sopre minhas feridas
pois o ar que sai de teu pulmões
não resfria minha dor.

As chibatadas,
e os suplícios,
sempre sucedidos pela vigilância passional,
foram significações do teu jeito
de me amar.

Deixe-me sozinho.
A vida já se encarregou
de empurrar pro esgoto
os restos da entrega afetiva.
Não nego que ainda há lembranças,
mas elas somem
assim que a sobriedade
invadde meu coração.

aildo picanço 20/01/2011

sábado, 15 de janeiro de 2011

Seu caminho

Siga seu caminho.
Vá em busca de seu destino
Sem se ater ao estrago de seu calçado.
Não se importe com o puir de suas meias
Ou com desgaste de suas vestes.
Simplesmente siga o rumo traçado
Por seu coração.

Siga seu caminho
Por mais que hajam pedras,
Espinhos
Ou até mesmo um sol escaldante
Ardendo incessantemente sobre sua cabeça.

Siga seu caminho.
Escreva sua história
Sem se ater ao temor
Tão pouco as críticas daqueles
Que insistem em assistir o passar das horas
Na segurança de suas janelas.

Siga o seu caminho...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Mais um Brasileiro

Moço me dê licença
Preciso passar.
Tenho pressa
Não devo me atrasar.

Moço sai da minha frente
O dia está raiando
O ônibus está quase passando
No ponto em que tenho de parar.

Moço desculpa se pisei no teu pé
És trabalhador como eu
Passa todos os dias pelo mesmo aperreio.
E a dor que sentis hoje,
Todos aqui algum dia já sentiu.

Moço não sou pobre coitado
Mas todo dia sou açoitado
Sem que alguém venha me ajudar.

Mas moço, antes de descer
Vou te contar.
Só crendo em Deus Nosso Senhor
Pra nos dar força
E continuar está vida sofrida.
Onde todo dia
Vem a incerteza
Se meus guri terão comida na mesa.

Antropofagia

Tua carne clama
Lateja
Anseia
Sem se dar conta do impossível.

A carne crua
Traz teu íntimo gosto.
Que costuma ser sorvido
Lentamente
Gota a gota.
_Tempero latino-americano.
Especiaria.

Carne,
Pele ardente
Que ao banhar-se em suor
Exala teus feromônios.

Tua carne clama
Lateja por ser devorada
Num ritual intimista.
Antropofágico.
Onde revelas o teu ethos.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Lágrimas

Lágrimas caem do teu rosto
Desvanecem tua pele.
Borram com negro
O que a pouco era contentamento.
O sorriso deu lugar ao pranto.

Lágrimas rolam
Brotam feito olho d’água
Banham tua face intentando solapar o que outrora era entusiasmo.
Porém a aridez de tal sentimento
É incapaz de desbotar tua formosura.

Lágrimas lavam teu lindo rosto...

Ausência

A fogueira Que ardia vorazmente Provocava calor, que de tão intenso, Lembravam as fornalhas Usadas para transformar em liquido Os mais resis...