quinta-feira, 28 de julho de 2011

Dependência

Loucura
“Fissura”
Excitação.

Desejo
Lampejos
Inquietação.

Beijos
Boca
Relação.

Meu corpo
Teu corpo
Tesão

Um entre milhões

Geladeira vazia
Pão duro
Bolso furado.

Camisa barata
Cinto apertado
Carteira sem tostão.

Mente aberta
Da vida incerta
Não guarda rancor ou compaixão.

Olhos brilhantes
Espírito visionário
Seu nome é resignação.

Metamorfose

Um sorriso
Um gemido
Um trejeito comedido.
Uma luz que ascende
Uma gota de lagrima
Precedida de exceção.

Caixa trancada
Lousa apagada
Lona rasgada
Um circo sem criança
Um coração sem paixão.

Um sorriso trocado
Um abraço apertado
Dois corpos colados
Lençóis manchados
Com o que os poetas descreveriam como vestígios de amor.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Criatura ou criador

A todo instante atuas.
Te confundes com o personagem que criastes.
Não sabendo mais onde começa
Ou termina a trama nebulosa
Da tua existência.

Pintas teu rosto
Sorri para as paredes melancólicas
Do teu quarto
E mentes pra si mesma
Fingindo ser feliz.

Diante do espelho as lagrimas caem
E os olhos vermelhos
São as evidencias
De tua queda.
As águas que se encontram ao fundo do precipício
Em que destes teu salto mortal
São incapazes de lavar o lodo
Que o sentimento putrefato
Cultivou durante tua passagem.

Ainda resistes.
Diante do espelho
Finge ser a mais valorosa criatura.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Somos...

Somos prisioneiros
Das fobias
Das aflições
Das convenções.

Somos reféns
Da solidão
Da tristeza
Da frieza na relação.

Somos inconstantes
Adaptáveis as variações.
E sempre otimistas
Construímos nosso futuro
Com os tijolos da paixão.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Em Vão

Fecho as portas pra tentar te conter.
Cubro as janelas com as cortinas
Que comprastes na véspera da tua mudança.
Desligo as luzes do céu
E deixo somente as estrelas
Acesas.

Checo todos os cadeados,
Observo as trancas,
Trincos,
Tramelas.
Na tentativa de conter o teu partir.

Mas sempre esqueço
Que és feita pela brisa da manhã
E trazes consigo o perfume das flores.
Você sempre se vai
E não há nada por se fazer.
Já que és livre feito os pássaros,
Leve como o pólen das plantas.
E infinitamente má,
Já que sempre deixas
Teu perfume inebriante
Nos lençóis que emolduram teu corpo
Nas noites em que obscureces a beleza da Lua.

sábado, 16 de julho de 2011

Algo além do impossível

Quero teu corpo
Tua alma
Teu gosto.
Teu cheiro
Teu afagar
Teu jeito de fêmea
Nascida nos trópicos.
Cuja beleza exótica
Se cristaliza na retina
De quem um dia pôde te admirar.

Quero ir além
Das horas do dia
Dos versos que compõem a poesia.

Posso ir além do impossível.
Atravessaria os vales inóspitos
Mares revoltos
Ou a vastidão do deserto
Pra realizar
Os mesmos sonhos
Que um dia fazeram os viajantes
Retornarem ao porto
Onde as velas issadas
lhes afastaram de suas amadas.

Quero a chuva fina
Ou a tempestade de verão.
_Quero tudo!Até o impossível.
Já que no fim de minha jornada
Desejo ser parte dos seus sonhos
E também o dono de seu coração.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Dançarina

Serpenteia pelos salões
Vagando por entre as mesas.
A cada balançar dos quadris
Hipnotiza os que assistem o teu coreografar.

Baila sobre a penumbra das luzes
Habitas a intimidade escura
Das mentes dos que no dia
Se Auto-proclamam pudicos.

Exibe-se sem prestar atenção nas reações alheias.
Pois o palco é teu reino,
Um micro-cosmos
Que dominas sem maiores esforços.

Danças ao som de batidas frenéticas
E expõem tua nudez
Não levando em questão
O que as carolas diriam
Ao ver o desfecho do que
Na pureza do teu íntimo
Só consegues ver enquanto profissão.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pra falar de amor

Não fales de amor
Se nunca sentiste um frio subto nas entranhas
um acelerar incontrolavel das batidas do coração
Quando estas ante aquela que lhe faz sonhar.

Não fales de amor
Se nunca ousou agir de modo inconseqüente
Exatamente no momento em que todos anseiam por seriedade.

Não fales de amor se nunca
Se sentiu instigado a sonhar acordado
Quando uma simples fragrância
Invade displicentemente o ar.

Não fales de amor
Se não vê beleza
Nas coisas que o resto do mundo
Diz ser simplista.

Não fales de amor
Se ainda não sentistes
O desejo de estar, sorrir
E sonhar ao lado daquela que
Faz um dia cinzento e chuvoso
Ser o mais belo e inesquecível de todos.

Ausência

A fogueira Que ardia vorazmente Provocava calor, que de tão intenso, Lembravam as fornalhas Usadas para transformar em liquido Os mais resis...